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Alunos dos Cursos de Engenharia realizam visita técnica à Companhia Siderúrgica do Pecém – CSP

Os alunos das Engenharias da UNI7 realizaram uma visita técnica dia 20 de dezembro, às instalações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em São Gonçalo do Amarante.

O objetivo da visita técnica foi complementar os estudos em diversas disciplinas, tendo em vista que a CSP é uma empresa de siderurgia que trabalha com as mais diversas engenharias (produção, elétrica, mecânica, civil, metalúrgica, ambiental, etc.) e isso contribui para incrementar o aprendizado de nossos alunos.

A equipe da UNI7 foi recepcionada por Jonatha Ferreira, do setor de Comunicações da CSP e aluno da UNI7, que apresentou as instalações, apresentando vídeos institucionais e realizando uma visita guiada às instalações da empresa.

A CSP é uma joint venture binacional formada pela brasileira Vale (50% de participação), uma das maiores mineradoras do mundo em minério de ferro, pelas sul-coreanas Dongkuk (30%), maior compradora mundial de placas de aço e a Posco (20%), 4ª maior siderúrgica do mundo. Com investimento da ordem de US$ 5,4 bilhões, a CSP é a primeira usina integrada no Nordeste e a trigésima instalada no Brasil.

Localizada em uma área de 571 hectares, a CSP integra o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), dentro da primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) brasileira, fatores fundamentais para garantir ampla competitividade ao produto nacional.

A produção é voltada para geração de produtos laminados de alta qualidade para a indústria naval, de óleo & gás, automotiva e construção civil. A capacidade instalada é de 3 milhões de toneladas de placas de aço/ano nesta primeira fase do projeto.

A CSP é uma indústria moderna, com tecnologia limpa e de ponta que tem como diretriz a sustentabilidade em todos seus aspectos – ambiental, social e econômica. Um dos compromissos da companhia é dar oportunidade para o maior número possível de profissionais do Ceará, sendo que já conta com cerca de 70% de cearenses em seu quadro funcional e exporta suas placas de aço para mais de 10 países, aumentando consideravelmente as movimentações de produtos do Porto do Pecém, do Nordeste e do Brasil, o que a coloca entre as maiores empresas exportadoras do País.

Os desafios da siderúrgica se renovam, com a permanente busca por competitividade e melhorias na produtividade, logística e segurança.

Os processos para a produção do aço da CSP, apresentados na figura 3, são resumidos a seguir:

Pátio de Matérias-Primas

O pátio de matérias-primas é a área da usina siderúrgica destinada ao recebimento, beneficiamento granulométrico, estocagem e homogeneização das matérias-primas e insumos utilizados na produção de aço. As principais matérias-primas são carvão mineral, minério de ferro e calcário. Geralmente em áreas abertas, os insumos são dispostos em pilhas e são transportados até as unidades de produção.

Coqueria

A coqueria é a área responsável pela produção do coque, que é o produto da destilação e aglomeração do carvão mineral. Esta unidade de processo tem como principal característica o aquecimento indireto do carvão mineral dentro de fornos fechados (células) para remoção da matéria volátil nele contida. O coque é o insumo redutor do minério de ferro carregado no alto-forno. O gás gerado na coqueria é utilizado nos demais processos siderúrgicos e na termelétrica como fonte de calor.

Sinterização

A sinterização é a unidade destinada à aglomeração de finos de minério de ferro para carregamento no alto-forno. Neste processo, os finos de minério são misturados com finos de carvão e de calcários e carregados na esteira de sinterização. A mistura sofre ignição e o calor da combustão do carvão funde parcialmente os finos de minério, criando um aglomerado que ao fim do processo é britado e peneirado, obtendo-se assim o sínter na qualidade requerida para carregamento no alto-forno.

Alto-Forno

O alto-forno é a unidade destinada à produção de ferro-gusa líquido, o qual será transformado em aço líquido na etapa seguinte do processo (Aciaria). Na produção de ferro-gusa, o minério de ferro (na forma de sínter e pelotas) é carregado pelo topo do alto-forno junto com o coque e os fundentes (calcários e outros).

Aciaria

Na aciaria, o ferro-gusa líquido recebido do alto-forno é dirigido a estações de pré-tratamento, que promovem sua dessulfuração, e carregado posteriormente em conversores de oxigênio (BOF), onde é refinado e transformado em aço líquido. Em seguida, o aço líquido é tratado em equipamentos de metalurgia secundária, processo complementar que promove o ajuste final de sua temperatura, composição química e características físicas, permitindo a fabricação de aços de elevado grau de pureza e qualidade.

Lingotamento Contínuo

O lingotamento contínuo, etapa final da produção de placas de alta qualidade, é a unidade responsável pela transformação do aço líquido em produtos semiacabados sólidos (placas) nas dimensões especificadas. Este processo consiste na solidificação progressiva do aço líquido ao atravessar moldes refrigerados e câmaras de spray de água. O lingotamento contínuo é baseado no vazamento vertical do aço líquido dentro de um molde de cobre refrigerado à água, aberto no topo e na base. O calor é retirado do aço durante a passagem deste material pelo molde, formando-se assim uma pele sólida externa ao veio de aço com resistência suficiente para conter o aço líquido. Após a saída do molde, o material passa a sofrer pressão do peso da coluna vertical de aço, um conjunto de suportes define a espessura e largura da placa. Por fim, há o corte da placa conforme especificação do comprimento do produto final.

 

Coprodutos

A CSP tem sistemas para aproveitamento de 100% dos gases gerados nos processos de produção. Os principais são o gás de Coqueria ou coke oven gas (COG), gás de Alto-forno ou blast furnace gas (BFG) e o gás de Aciaria ou linz donawitz gas (LDG). Esses insumos são tratados (remoção de impurezas e substâncias indesejadas), armazenados e distribuídos por uma rede de tubulações, equipada com sistemas de controle de pressão.

Parte desses coprodutos é destinado à geração de eletricidade. A CSP, que tem um consumo de 200 MW/h, é autossuficiente em energia elétrica graças a uma termelétrica própria. A térmica tem capacidade de 218 MW/h, superior portanto à demanda da usina e capaz de atender a uma cidade com 150 mil habitantes. O excedente de eletricidade é comercializado no mercado livre de energia.

A visita técnica na CSP possibilitou aos alunos associarem as teorias estudadas em sala de aula com a prática em campo e contribuiu para a qualidade da formação dos alunos da UNI7.

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