Na semana passada, os alunos de Jornalismo da FA7, Luís Thiago da Silva Silveira, Marcos Antonio Rocha Montenegro Junior, Rebeca Alves Conrado e Rosa da Conceição Nascimento participaram do Laboratório Ambiental para Estudantes de Jornalismo no Cariri – Os Desafios para a Conservação da Flona do Araripe. O evento, realizado de 24 a 27 de setembro, no Campus da UFC Cariri, foi promovido pela Fundação Konrad Adenauer e Universidade Federal do Ceará. Entre os profissionais envolvidos com o laboratório, está o professor da FA7, Miguel Macedo, coordenador de projetos da Konrad Adenauer.
Confira, a seguir, na íntegra, os depoimentos dos alunos Marcos e Rebeca, sobre a experiência. Em breve, você vai poder ler também os relatos de Thiago e Rosa.
"A ida ao Laboratório de Jornalismo Ambiental foi uma experiência muito enriquecedora, pois fez com que eu tivesse outra visão sobre o que é o Jornalismo Ambiental. Com as palestras e as aulas de campo, fui capaz de perceber a importância do jornalismo na área ambiental, que vai muito além das notícias sobre tragédias, aquecimento global e outros fatos que normalmente são noticiados nos meios de comunicação. O município do Cariri, que é uma localidade com grande diversidade florestal e tem vários projetos que contribuem para a preservação da Flona do Araripe, ainda necessitam de divulgação e incentivos. O laboratório proporcionou para os estudantes de jornalismo apenas o começo de um estudo na área do jornalismo ambiental, o qual necessita de mais profissionais para esclarecer a população sobre como preservar e ainda utilizar a natureza como fator produtivo". Rebeca Alves Conrado, 8º semestre, Jornalismo FA7
"Participar do Laboratório Ambiental para Estudantes de Jornalismo foi uma experiência que formou e modificou meu modo de pensar a respeito de temas ligados à área ambiental. Trocar conhecimentos com estudantes de outros estados (Piauí e Pernambuco) e ter a oportunidade de aprender com profissionais de renome da área (tanto jornalistas como técnicos ambientais) foi um privilégio e tanto.
O que aprendi no Laboratório garanto que devo levar para o resto da minha vida pessoal e profissional, principalmente. O que vale destacar do evento é o quanto ele serviu para abrir a cabeça da gente, que cresceu em um mundo onde o homem se sente detentor da natureza e que esta existiria para satisfazer as necessidades humanas. Esta visão é uma das principais, senão a maior, causadoras das catástrofes ambientais até hoje existentes. A própria filosofia judaico-cristã dizia que “a natureza tem que atender os anseios do homem”. Mas os tempos mudam, as ideias mudam e as pessoas também precisam mudar. Abrindo nossa cabeça, pessoas inteligentes nos ensinam a passar informação inteligente. Como disse o senhor Pierre Gervaiseau, secretário geral da Fundação Araripe, “a informação que não é inteligente, ao invés de ajudar, se torna uma praga.
Outro ponto relevante foi o fato de estar em uma das poucas regiões que, ao mesmo tempo em que se agrega uma grande movimentação sócio-econômica, compromete-se com as questões ambientais. Não digo que o Cariri é um modelo de região sustentável, mas que de lá saem iniciativas que poderiam ser refletidas em vários cantos do mundo. Um exemplo é de como a comunidade do Sitio Macaúba, localizada a 20 quilômetros da cidade de Barbalha, utiliza o fruto do Babaçu em ações produtivas. Dele tiram óleos, fazem sabonetes, artesanato etc. Lembrando, evidentemente, de “explorá-lo” de forma sustentável, satisfazendo as gerações atuais porém sem comprometer as futuras.
Para não me estender mais ainda, concluo com alguns pensamentos que o laboratório, por meio dos profissionais ali presentes, repercutiu na cabeça de todos que participamos.
– O homem não tem um predador, diferente do outros animais. Quem vai pôr limites nele?
– Todos têm corresponsabilidade na conservação das unidades ambientais.
– Com critérios de sustentabilidade, podemos usar, conservar e desenvolver a biodiversidade, além de melhorar a qualidade de vida e de renda.
– A sustentabilidade está na simplicidade.
– O obstáculo cultural é o principal obstáculo para o progresso.
– O jornalismo é o instrumento fundamental para a transformação das mentalidades. Por isso a importância de um destaque especial para a melhor formação e conscientização daqueles que “fazem” comunicação.
Por mim escreveria aqui até cansar, mas brevemente deve sair uma publicação com as reportagens dos participantes do laboratório e, aí sim, a gente vai poder falar à vontade. Grande abraço e, ah, quem puder e tiver a oportunidade, não deixa de participar das próximas edições. Vale a pena mesmo." Marcos Montenegro, 6º semestre, Jornalismo FA7.
"Consciência, co-participação, sensibilidade, sonhos… São tantos os sentimentos que permeiam a experiência de ter participado do Laboratório de Jornalismo Ambiental que a gente nem sabe por onde começar. Muitas coisas conseguiram prender nossa atenção e pudemos perceber quão abrangente é a nossa área, e quantos encantos ela pode nos proporcionar. Ser jornalista é algo realmente de alma e tive mais certeza disso com as vivências proporcionadas pelas andanças no Cariri.
O que mais marca de tudo isso é que uma relação sustentável pode ser feita com a natureza, e que podemos mudar sim nossa maneira de pensar, interagir e aproveitar do que ela tem a nos oferecer. É incrível como iniciativas de valorização das pessoas, de fomentação de seus sonhos e mais que isso, de provar que eles podem ser concretizados, muda o jeito de uma comunidade se relacionar e viver. As experiências de extrativismo sustentável nessa região têm muito a nos ensinar.
O que fica são as trocas de experiência entre os professores e profissionais que ajudaram a socializar saberes, os companheiros/as de curso do Ceará e também do Piauí e Pernambuco e a vontade de agir…" Thiago Silveira, 5º semestre, Jornalismo FA7
Notícias relacionadas
18/08 – Laboratório de Jornalismo Ambiental seleciona estudantes – http://www.uni7setembro.edu.br/ypiranga/noticia/caderno_noticia.php?id=867&id_cn=1