Num mundo globalizado, as organizações que fazem a sociedade do conhecimento têm exigido das Instituições de Ensino Superior (IES) mudanças de paradigmas nas formas de atuação e relacionamento destas com as comunidades que as circundam, conferindo-lhes o papel de catalizadoras do desenvolvimento das sociedades. Cônscia deste papel, a UNI7 tem procurado implementar um modelo de atuação societária que possibilita o atendimento de demandas de inclusão social, com formação humanista e cidadã, objetivando desenvolver de forma integral o ser humano, utilizando-se para tanto, de seus programas, projetos, cursos, eventos e prestação de serviços de extensão.

A UNI7, no cumprimento de sua missão educadora em nível de ensino superior, busca, continuamente, posicionar-se e se inserir no contexto social global, submetendo-se às análises e críticas enquanto instituição social que reconhece seus compromissos para com a sociedade. Neste contexto, utiliza-se de suas ações de extensão para além do escopo acadêmico, posto que entende possuir como objetivo maior o permanente exercício da crítica sustentada no ensino, na extensão e na iniciação científica. A Diretoria da UNI7 disponibiliza, por meio das Políticas e Diretrizes, um texto norteador das ações de extensão da Instituição, submetendo-o ao seu Conselho de Ensino.

Manual de Políticas e Diretrizes

Conceitos de Ações de Extensão

 

Em um contexto marcado por profundas mudanças culturais, sociais, econômicas e políticas, as instituições de ensino superior vivenciam um clima de sérios desafios com grandes expectativas de superação. Torna-se, portanto, imperiosa uma reflexão sobre quais estratégias devem ser implementadas por referidas instituições na busca de melhor qualidade científica, tecnológica, artístico-cultural, bem como de sua interação com a sociedade. O ensino, a pesquisa e a extensão devem ser pensados como ações que permitem às instituições de ensino superior cumprirem seu principal objetivo: produzir o conhecimento científico e torná-lo acessível à sociedade por meio de seus produtos e serviços.

Na perspectiva de democratizar o conhecimento produzido, a extensão se consolida como um dos meios que permite ampliar os canais de interlocução com os segmentos externos à instituição. O contato com a sociedade retroalimenta, concomitantemente, o ensino, a pesquisa e a própria extensão, contribuindo para o desenvolvimento de novos conhecimentos científicos.

Integrada ao ensino e à pesquisa, a extensão é, portanto, parte do fazer acadêmico e um dos lugares do exercício da função social das instituições de ensino superior, proporcionando a estas que suas atividades pedagógicas de extensão favoreçam e intensifiquem a convergência entre suas vocações técnico-científicas, com as de humanização e com seus compromissos sociais.

Estritamente no que tange ao ensino, as atividades de extensão criam uma nova perspectiva ao espaço da sala de aula, permitindo que a construção do saber se faça dentro e fora do meio acadêmico, além de contribuir com o processo pedagógico na medida em que possibilita o intercâmbio e a participação entre atores internos e externos à vida da instituição de ensino superior.

Por sua vez, a relação direta entre extensão e pesquisa proporciona um ciclo virtuoso com iterações de criação de conhecimentos que podem contribuir à transformação da sociedade, ao desenvolvimento teórico e como retroalimentação de atividades pedagógicas da instituição de ensino superior.

Depreende-se, do exposto até então neste tópico, que as ações de extensão nas instituições de ensino superior tornam mais intensa a dualidade “teoria x prática”.  Neste contexto são avaliados os anseios e as perspectivas da sociedade como usuária dos produtos e serviços ofertados pela academia. Pressupõe-se, portanto, que mencionadas instituições devam repensar, continuamente, os seus programas, projetos, cursos e eventos, visando aperfeiçoar cada vez mais a qualidade de seus serviços por meio de sua extensão.

As ações de extensão da UNI7 têm exercitado essa ampliação de espaço da sala de aula, trabalhando conhecimentos e práticas, conjuntamente, posto que seu processo educativo tem articulado visões de ensino e de extensão, buscando viabilizar projetos acadêmico-pedagógicos de seus cursos, integrados à sociedade.

A UNI7 entende, portanto, que suas ações de extensão devem, pelo lado externo, focar as necessidades da sociedade e, pelo lado interno, focar no saber que deve constar dos programas de seus cursos. Essa compreensão possibilita ser traçada a estratégia que promove interações e articulações das diferentes áreas do conhecimento, integrando tudo isto aos diversos segmentos da sociedade.

A extensão é compreendida pela UNI7 como serviço que ela disponibiliza à sociedade, gerando alternativas de ação que atendam às demandas desta, apresentando eficientes e eficazes soluções para seus problemas históricos, atuais e sinalizações para futuros. Possibilita, além disso, que seu meio acadêmico seja considerado um espaço fecundo ao exercício e conquista da emancipação crítica aos principais atores desse processo: academia e sociedade.

Contempla-se, ainda, a percepção de que as ações de extensão possuem caráter interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, o qual extrapola a abordagem especializada de cada área de conhecimento ou curso, favorecendo uma visão integrada do social. Têm, também, como missão formar profissionais cidadãos que pautem seus procederes profissionais pela ética fundada no entendimento de que o ser humano tem intrínseco e incalculável valor.

Por fim, a extensão articulada ao ensino e à pesquisa, orienta-se para a defesa da justiça, do respeito às diferenças, da autonomia e da liberdade entre os membros de uma sociedade. Constitui, assim, um processo científico, educativo e cultural, o qual articula ensino e pesquisa de forma inseparável, possibilitando relações transformadoras entre instituições de ensino superior e sociedade.

 

Princípios da Política da Extensão

 

Em conformidade com sua missão – “Contribuir para o desenvolvimento da sociedade, educando para a cidadania, propiciando a formação de profissionais competentes, felizes e éticos.” – a UNI7 alicerça os planos acadêmicos de seus cursos, bem como suas ações, em princípios e valores que lhe credenciam como instituição de altíssimo conceito na sociedade da qual é partícipe. Esse alicerce se traduz em princípios que regulam suas atividades de extensão, pesquisa e ensino, entendendo que sua produção acadêmica está sempre disponível a dignificar pessoas e contribuir para a compreensão e enfrentamento dos desafios que impactam no processo de desenvolvimento da sociedade, com foco especial para as dimensões éticas. Têm-se, pois, os seguintes princípios:

  • Justiça: princípio que norteia a consciência no cumprimento de deveres e no gozo de direitos, na defesa da vida humana, no combate às desigualdades.
  • Verdade: princípio que liberta o ser humano por meio do saber e o instiga a lutar contra o que é contrário à ética.
  • Solidariedade: um olhar ao seu entorno para se sensibilizar com as necessidades do outro, apoiando-o com a partilha de soluções criadas na academia, buscando o desenvolvimento social.
  •  Respeito: princípio que visa estimular a valorização: do ser humano, de sua vida, do saber coletivo e pessoal, de sua dignificação, do respeito às diferenças.
  • Pluralidade: de ideias, de pensamentos, de visões, de habilidades. Uma das características mais brilhantes dos seres humanos, a qual deve ser trabalhada extensivamente na busca de soluções inovadoras e desenvolvimentistas.
  • Liberdade: de inovação, de manifestação de pensamento e de produção de conhecimento.

Com esses princípios a extensão da UNI7, articulada ao ensino e à pesquisa, assume o compromisso com a defesa constante dos direitos humanos, bem como com o contínuo desafio de trabalhar por uma sociedade cada vez mais justa, honesta, igualitária, democrática e desenvolvida.

 

Diretrizes da Política de Extensão

 

Consoante estabelece a LDB, em seu art. 43, inciso VI, um dos objetivos das instituições de ensino superior consiste em “estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular, os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade”. Consciente dessa determinação legal, a UNI7 tem realizado ações de extensão que consistem em serviços prestados à sociedade, gerando alternativas de atendimento às expectativas e problemáticas da comunidade, além de possibilitar campo fértil ao exercício e conquista de emancipação crítica, dentro do espaço democrático, tanto para os que compõem o meio acadêmico quanto para a sociedade. Para o bom desempenho desse papel, a UNI7 tem estabelecido, como norte a sua política de extensão de ensino superior, as seguintes diretrizes:

  • Desenvolver a extensão em todos os cursos, como um dos instrumentos de formação profissional, por constituir-se em eixo de articulação entre o ensino e a iniciação científica.
  • Compreender os projetos de extensão como um conjunto de atividades de caráter educativo, cultural ou científico, desenvolvido a partir das coordenações de cada curso, por meio de ações sistematizadas, deliberadas pelo Conselho Superior – CONSU.
  • Desenvolver eventos (cursos, fóruns, congressos, seminários, viagens, semanas acadêmicas, simpósios e outros) entendidos como atividades de caráter técnico, científico ou cultural, objetivando o acesso da comunidade às diversas áreas do conhecimento humano.
  • Priorizar projetos de relevância social que venham ao encontro das reais necessidades da sociedade, sobremodo das comunidades situadas próxima às instalações da UNI7, de forma a que seja possível uma intervenção mais eficaz, bem como a mensuração dos resultados alcançados.
  • Priorizar projetos de natureza interdisciplinar que permitam a contextualização das ações numa perspectiva global, buscando a transformação social.
  • Estabelecer parcerias com entidades e instituições da sociedade civil organizada e órgãos governamentais para a elaboração e execução de atividades de extensão.
  • Articular o ensino e a iniciação científica com a demandas sociais, referentes às áreas da educação, da gestão, da comunicação, do direito e das tecnologias da informação, buscando o comprometimento da comunidade acadêmica com os interesses e necessidade da sociedade.
  • Estabelecer um fluxo bidirecional entre o conhecimento acadêmico e o popular, buscando a produção de conhecimentos resultantes do confronto com a realidade e a democratização do conhecimento acadêmico.
  • Promover atividade de apoio e estímulo à organização, participação e desenvolvimento das comunidades, embasadas em princípios de auto sustentabilidade e do empreendedorismo.
  • Buscar nas atividades de extensão, subsídios para a realização dos conteúdos programáticos das disciplinas e cursos.

As diretrizes acima expressas proporcionarão à UNI7 uma sistematização de suas funções enquanto instituição de ensino superior, quais sejam: criação, desenvolvimento, transmissão e crítica da ciência, da técnica e da cultura; preparação para o exercício de atividades profissionais que exijam a aplicação de conhecimentos e métodos científicos e para criação artística; apoio científico e técnico ao desenvolvimento cultural, social e econômico da sociedade.

 

Objetivos da Política de Extensão

 

Em decorrência das Diretrizes discriminadas em Diretrizes da Política de Extensão, estabelecem-se os seguintes objetivos para a Política de Extensão da UNI7:

  • Democratizar o conhecimento acadêmico.
  • Apoiar a inclusão das ações de extensão, enquanto práticas acadêmicas, nos projetos pedagógicos de seus cursos.
  • Criar condições para que às ações de extensão sejam atribuídos créditos curriculares.
  • Consolidar o caráter indissociável entre o ensino, a pesquisa e a extensão, proporcionando efetividade em suas ações, por meio de programas, projetos e eventos elaborados com base em critérios científicos, tecnológicos e em experiências comunitárias.
  • Intensificar a relação bidirecional entre a Instituição e a Sociedade.
  • Reafirmar as ações de extensão como parte do fazer acadêmico.
  • Estimular a participação da comunidade acadêmica na produção e registro do conhecimento gerado através de suas ações de extensão.
  • Estimular atividades interdisciplinares, multidisciplinares e transdisciplinares nas atividades de extensão.
  • Intensificar o intercâmbio com instituições públicas, privadas e organizações não governamentais, articulando redes, parcerias, sob a forma de convênios, consórcios ou outros termos jurídicos.
  • Estabelecer contínuo processo de avaliação institucional das ações de extensão como um dos parâmetros de avaliação da própria organização.

No que tange à relação bidirecional estabelecida entre a Instituição e a Sociedade representada, principalmente, pela comunidade do entorno da UNI7, entende-se como uma política de ação social caracterizada em função da postura da comunidade que pode ser de três tipos [5]: comunidade passiva que apenas atua como receptora do saber acadêmico; comunidade cliente, a qual é atendida naquilo que entende ser o melhor para si; comunidade parceira, a qual constrói a quatro mãos as diretrizes do trabalho a ser realizado em conjunto com objetivos compartilhados.  A UNI7, busca em suas ações de extensão atuar com este terceiro tipo de comunidade.

 

Modalidades das Ações de Extensão

 

As ações de extensão são compreendidas pela UNI7 como serviços disponibilizados à sociedade, atendendo-lhe as demandas, apresentando eficientes e eficazes soluções para seus problemas históricos atuais e sinalizações para os futuros. Possibilita, ainda, que seu meio acadêmico seja considerado um espaço fecundo ao exercício e conquista da emancipação crítica para os principais atores desse processo: academia e sociedade.

A política de extensão da UNI7 deve ser efetivada por meio das seguintes modalidades:

  •  Programas: conjunto de projetos de extensão, bem como de cursos, eventos, prestação de serviços, entrega de produções e publicações, de caráter orgânico-institucional, com clareza de diretrizes e orientados a um objetivo comum em ação de médio e longo prazo.
  • Projetos: ação processual caracterizada por começo, meio e fim, porém, de natureza cíclica, continuada e de caráter educativo, social, científico ou tecnológico com objetivo específico a curto e médio prazo.
  • Cursos: conjunto articulado de ações pedagógicas, de caráter teórico ou prático, planejadas e organizadas de modo sistemático, com carga horária mínima de 8 horas e critérios de avaliação definidos.
  • Eventos: apresentação e exibição pública e livre ou também com clientela específica, do conhecimento ou produto cultural, científico e tecnológico desenvolvido, conservado ou reconhecido pela universidade. Inclui: congresso, seminário, encontro, conferência, ciclo de debates, exposição, espetáculo, festival, evento esportivo, entre outros.
  • Prestação de serviços: realização de trabalho oferecido pela Universidade ou contratado por terceiros (comunidade e/ou empresas), incluindo assessorias, consultorias, cooperação interinstitucional e/ou internacional. Cabe ressaltar que a prestação de serviços na universidade deve considerar sempre o caráter pedagógico de sua ação, eliminando a possibilidade de substituir o Estado em suas funções e de transformar-se em uma agência de venda de serviços.
  • Publicações e outros produtos acadêmicos: produção de publicações e de produtos acadêmicos decorrentes das ações de extensão para difusão e divulgação cultural, científica ou tecnológica, tais como cartilhas, vídeos, filmes, software, anais, revistas, livros, entre outros.

 

Avaliação das Ações de Extensão

 

As ações de extensão da UNI7 devem ser avaliadas de modo similar às demais atividades-fim da organização, a qual se utiliza de critérios preconizados em sistemas avaliativos constantes de normativos de órgãos de controle educacional governamentais. O processo de avaliação da extensão da UNI7 estabelece os seguintes objetivos:

  • Identificar o perfil das ações de extensão da UNI7 nas dimensões das políticas e diretrizes de gestão para todas as atividades: programas, projetos, eventos, cursos, prestação de serviço etc.
  • Conhecer todas as ações da extensão desenvolvidas pela UNI7.
  • Demonstrar, consolidar e contribuir para aprimorar a qualidade da produção acadêmica desenvolvida na extensão.
  • Servir de subsídio à construção do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e do Projeto Pedagógico Institucional (PPI).

Para consecução desses objetivos, propõe-se o mapeamento do processo de atividades de extensão, bem como a criação de mecanismos e sistema de monitoramento e avaliação de todas as ações que levem à obtenção de informações consistentes, contribuindo com o processo de avaliação organizacional e, concomitantemente, possibilitando elementos para o aumento da qualidade e realce das ações de extensão desenvolvidas na UNI7, orientando, assim, sua política de extensão.